sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Crepúsculo: Amor feito de sangue


Nem o fracasso de “A Bússola de Ouro” (2007) e de “Eragon” (2006), por exemplo, desestimula a indústria de Hollywood a investir nas adaptações de best-sellers juvenis para o cinema. “Crepúsculo“, série “vampiresca-romântica-teen” escrita por Stephenie Meyer em quatro volumes (um quinto está sendo desenvolvido), é a nova aposta dos estúdios americanos. O filme após render mais de US$ 200 milhões ao redor do mundo, chega “ancorado” por uma legião de fãs da obra literária.

Os três primeiros livros da saga – que versa sobre o amor (im)possível da mortal Bella pelo vampiro Edward – já venderam mais de 25 milhões de exemplares ao redor do mundo.

No Brasil, a situação não é diferente: mais de 180 mil livros de “Crepúsculo” já foram comercializados, enquanto “Lua Nova“, segunda obra de Meyer, alcançou a marca de 120 mil.

O terceiro livro da série, “Eclipse“, chegou às lojas brasileiras em 15 de janeiro. O quarto, “Amanhecer“, deve aportar por aqui no segundo semestre de 2009. Esse último volume foi lançado com sucesso nas livrarias americanas no final de agosto.


Receita

O segredo para tanto frisson, de acordo com o estudante Marcus Almeida, 20 anos, um dos mediadores da comunidade “Crepúsculo – Twilight” no Orkut (o grupo conta com mais de 215 mil membros), é a forma “gostosa” com que a autora desenvolve a conturbada relação dos protagonistas.

“A Stephenie (Meyer, escritora) é uma bruxa! Seus livros me fascinam porque colocam elementos sobrenaturais na vida de uma garota solitária, que está conhecendo o amor. Ser adolescente é confuso. Portanto, todos queriam passar por uma experiência como a da Bella”, enfatiza.

A trama de “Crepúsculo“, o filme, segue a mesma estrutura que a do livro, dividindo-se em dois momentos distintos. Primeiro, há uma típica situação da adolescência, em que uma garota (interpretada por Kristen Stewart, de “O Quarto do Pânico”) tem uma relação difícil com a família, muda de cidade e precisa se acostumar com os novos colegas da escola. Os elementos sobrenaturais só entram na segunda parte da história.

A estudante Mariana Ribeiro, 18, também participante da comunidade “Crepúsculo – Twilight“, afirma que essa é a sua parte preferida do livro e do filme, que ela garante já ter visto duas vezes.

“Nesse momento entra a história do vampiro sedutor. Edward (Robert Pattinson, da série ‘Harry Potter’) até que tenta não se apaixonar por Bella, porque sabe de sua condição. Mas ele não resiste aos encantos dela. Uma paixão assim é incondicional. Acho que o livro fala da importância de se respeitar as diferenças de um casal de namorados”, acredita a moça.

A secretária Valdete Menezes, 19, credita o sucesso da série literária à forma com que a autora romantiza a disputa do bem contra o mal. “Fiquei apavorada somente em sentir que o amor de Bella e Edward poderia não se concretizar, visto que ela vira objeto de cobiça de um vampiro predador, James (Cam Gigandet). Espero que o filme respeite esse clima de tensão”.

Análise
O “Fanzine” já conferiu “Crepúsculo” e pode tranqüilizar Valdete e outros fãs do livro. A diretora Catherine Hardwicke (”Aos Treze”) manteve-se fiel às idéias propostas na obra de Stephenie Meyer.

Diretora afeita a dramas existenciais, Hardwicke (que não vai comandar os outros filmes da série) faz um suspense bem fotografado e climático, sem deixar de ser romântico.

São claras as referências à autora Jane Austen (”Orgulho e Preconceito”), principalmente nos embates que acentuam as diferenças sociais e espirituais entre Edward e Bella; e ao autor Orson Scott Card, cujos livros de ficção científica, em especial “O Jogo do Exterminador”, revelam os dilemas éticos que assombram os seres com poderes paranormais.

O roteiro também faz lembrar a série televisiva “True Blood”, estrelada pelo fenômeno Anna Paquin (vencedora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por sua atuação em “O Piano”, aos 11 anos de idade) e sucesso nos EUA.

Na trama do seriado – escrito por Allan Ball, roteirista de “Beleza Americana” e criador de “A Sete Palmos” – sua personagem, Sookie, apaixona-se por Bill (Stephen Moyer), um atraente vampiro de 173 anos. O programa, que recebeu duas indicações ao Globo de Ouro (Melhor Série Dramática e Atriz), estréia em janeiro no Brasil, pelo canal pago HBO.


Curiosidades
Recorde. “Crepúsculo” liderou as bilheterias norte-americanas no fim de semana de estréia, em 21 de novembro, arrecadando US$ 70,5 milhões, quase o dobro de seu orçamento (estimado em US$ 37 milhões), superando filmes como “007 – Quantum of Solace” e “High School Musical 3″ nas bilheterias.

Escolha. Quando Stephenie Meyer recebeu a proposta de adaptar seu livro para o cinema, a escritora havia pensado em Henry Cavill, da série “The Tudors”, para o papel de Edward. Cavill, porém, tem 24 anos, e o personagem, 17.

Saga. “Lua Nova”, o segundo livro da série, está em pré-produção e contará com direção de Chris Weitz (”A Bússola de Ouro”). Os atores Kristen Stewart e Robert Pattinson já garantiram a participação na seqüência, que estréia em 2010.

Verde-e-Amarelo. Em “Amanhecer”, quarto capítulo da saga, Bella e Edward se casam e passam a lua-de-mel no Brasil. Trata-se de uma homenagem da autora ao país, pelo qual ela se diz apaixonada.


Um comentário:

  1. Adoramos o crepusculo e apoiamos o blog! Continuem!

    Ass: um grupo de amigas com uma certa pancadinha por isto

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